Numerário | 27 Maio 2022
Time carioca atropelou o Oriente Petrolero, da Bolívia, mas ficou de fora da Sul-americana
A vitória sobre o Oriente Petrolero, mesmo fora de casa, já era esperada.
Afinal, o time boliviano era o mais fraco do Grupo H.
Ainda assim, a elasticidade do placar surpreendeu.
Os 10 a 1 em Santa Cruz de la Sierra fizeram o Fluminense se despedir da Sul-Americana com sentimentos ambíguos.
Em meio à frustração por mais uma eliminação em competição continental (o Unión Santa Fe venceu o Junior e ficou com a vaga), os tricolores retornam ao Brasil com o consolo de terem feito História.
O placar representa a maior goleada da Sul-Americana desde sua criação.
É também a maior vitória de um clube brasileiro em competições continentais.
Por fim, tornou-se ainda o resultado mais elástico do Fluminense em jogos internacionais oficiais.
Apesar de todas estas marcas, o feito não serviu para nada em termos de classificação.
Logo, o que resta aos tricolores é tirar lições e tentar absorver o lado positivo da noite de ontem.
Os ensinamentos, claro, estão ligados aos erros que custaram esta eliminação.
Os empates com o Unión custaram caro.
Principalmente o do Maracanã, ainda sob a gestão de Abel Braga.
Não apenas pelo pênalti perdido por Fred, mas pela dificuldade de criar contra um rival muito recuado.
No segundo duelo, na Argentina, o problema foi a falta de combatividade.
A postura da equipe de Diniz, que precisava da vitória, chamou a atenção até mesmo da imprensa local.
Os 10 a 1 podem servir daqui para a frente.
No curto prazo, gera um embalo que deve ser aproveitado para o clássico contra o Flamengo, domingo, no Maracanã, pelo Campeonato Brasileiro.
Ainda mais num duelo que promete ser tão marcado pelo emocional, com o rival pressionado por sua torcida pela temporada irregular e a sequência negativa diante dos tricolores.
Olhando mais para a frente, o jogo na Bolívia também deixa alguns frutos.
Um deles é a atuação de Matheus Martins.
O jovem de Xerém atuou muito à vontade no ataque e marcou três gols (Cano marcou outros três e Arias, Caio Paulista, Willian e Manoel completaram).
Além disso, a escolha tática de Diniz funcionou.
É verdade que o Petrolero (também com time misto) ajudou. E isso não pode ser ignorado, tamanha era a fragilidade do rival.
Mas o esquema com três homens na proteção (Cristiano foi um terceiro zagueiro) e Caio Paulista e Arias nas alas pode ser interessante para o futuro. Mesmo nunca tendo jogado assim, os jogadores se movimentaram muito bem. Valeu como treino. (O Globo)